A nomeação de Jandira Dias no mais novo alto escalão do Governo, que até então liderava a Secretaria Extraordinária de Gestão dos Recursos Federais, não chega a ser uma surpresa, mas sim uma medida que reforça o clima de fervura nos Leões. A dança das cadeiras já havia sido ensaiada em julho, quando Brandão, em um movimento precipitado, anunciou a substituição de Camarão, acreditando que o petista seria o coordenador de campanha do deputado federal Duarte Júnior (PSB). Um erro crasso, como se vê agora, que acabou por deixar a situação em suspenso e expôs a falta de firmeza nas decisões do governador.
O que mais chama atenção é o timing dessa mudança. Com a oficialização da saída de Camarão, surgem dúvidas sobre as verdadeiras motivações por trás desse movimento. Estaria Brandão cedendo a pressões internas? A substituição foi uma forma de acomodar interesses que ele não consegue mais controlar? Essas perguntas ganham ainda mais relevância considerando o silêncio ensurdecedor do grupo do ex-governador Flávio Dino – agora ministro do STF – sobre a troca. Resta saber como reagirá essa ala, que ainda mantém forte influência na base governista.
Essa mudança de comando na Seduc é um claro reflexo das fragilidades do governo Brandão, que se vê preso entre acertos políticos mal calculados e a necessidade de manter a unidade em um grupo cada vez mais heterogêneo e dividido. É uma jogada arriscada, que pode trazer consequências imprevisíveis para o futuro político do governador. No final das contas, o que está em jogo não é apenas a eficiência da gestão educacional no Maranhão, mas a própria capacidade de Brandão em manter a confiança de seus aliados e governar sem que suas decisões sejam questionadas a cada esquina.
Por: Járed Alencar / Fórum Imparcial
Redação: Dayane Barroso