Como a Polícia Federal desmantelou esquema de Nelma Sarney, Edilázio Júnior e Fred Campos

O inquérito que teve início com a quebra de sigilo dos investigados, determinada pelo ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça, no último dia 7, ainda com decisão judicial incluiu buscas e apreensões, afastamento de cargos públicos e monitoramento eletrônico de todos os envolvidos, entre eles figuras proeminentes como o ex-deputado Edilázio Júnior, a desembargadora afastada Nelma Sarney e o empresário Fred Campos, candidato a prefeito em Paço do Lumiar, que já está usando tornozeleira.

Os detalhes da operação desmantelou um esquema criminoso que supostamente começou em 2015, com a substituição do magistrado responsável por um processo contra o Banco do Nordeste. Portarias assinadas por Nelma Sarney, então corregedora do Tribunal de Justiça do Maranhão, teriam favorecido a organização, facilitando a distribuição indevida de alvarás e a movimentação de grandes somas de dinheiro.

Entre as acusações, destaca-se a transferência de R$ 14 milhões, inicialmente destinada a Fernando Antônio Ramos Sousa e posteriormente repassada a diversos integrantes da rede, incluindo Janaina Moreira Lobão Coelho e Fabrício Antônio Ramos Sousa. As investigações apontam que advogados aliciavam magistrados para garantir decisões judiciais favoráveis ao grupo, enquanto o núcleo operacional tratava de repassar os valores obtidos ilegalmente.

A denúncia que deu origem ao inquérito partiu do próprio Banco do Nordeste, após uma ação judicial movida por um advogado que cobrava honorários indevidos da instituição. O pedido de R$ 14 milhões foi acatado pela Justiça do Maranhão, e o valor teria sido distribuído entre os membros da organização criminosa, segundo a investigação.

A decisão judicial que autoriza a operação destaca indícios mínimos da participação de magistrados, servidores e advogados no esquema, evidenciados por atos suspeitos como a designação injustificada de juízes para determinados processos, a celeridade incomum no julgamento e a movimentação financeira atípica de valores.

Durante o período investigado, Nelma Sarney teria recebido 43 depósitos em espécie, totalizando R$ 444 mil. O escritório Maranhão Associados, de José Hélio Sekeff do Lago, também é mencionado nas investigações, com Edilázio sendo apontado como “sócio oculto” da empresa. A rede de corrupção envolve ainda transferências financeiras substanciais para outros membros, como Flávio Henrique Silva Campos, assessor de Edilázio na Assembleia, que teria repassado recursos a diversos indivíduos ligados ao esquema.

RELEMBRE:

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