Um recente levantamento apontou que prefeito Raimundo Nonato Baquil (PDT) vulgo ‘’Diringa’’ destinou R$ 2,1 milhões dos cofres públicos para a compra de caixões funerários. O município, que possui apenas um cemitério e abriga cerca de 53 mil habitantes, agora dispõe de 690 caixões, o que equivale a um para cada 77 moradores. O processo licitatório foi conduzido por dois parentes do prefeito: sua filha, Dayna Baquil, secretária de Assistência Social, e seu sobrinho, Alexandre Baquil, secretário de Saúde. A informação foi divulgada pelo jornalista Paulo Capelli no site Metrópolis.
Os recursos utilizados para a aquisição dos caixões, assim como de outros itens funerários, vieram de fontes que, em tese, deveriam ser direcionadas para o cuidado dos vivos. O Fundo Nacional da Saúde, o Fundo Nacional da Assistência Social e a própria Prefeitura de Tutóia financiaram a compra, que incluiu também mortalhas, arranjos de flores artificiais, serviços de conservação de cadáveres e até transporte de corpos por até 60 mil quilômetros.
O processo de licitação, iniciado em 2022, gerou quatro contratos com a empresa WB Comércio e Serviços, totalizando R$ 1,3 milhão. O valor restante foi gasto com serviços adicionais e produtos relacionados ao cuidado funerário. A justificativa oficial para a compra foi evitar sepultamentos precários, mas o elevado gasto e a participação de familiares do prefeito na condução do processo é fator para investigação.
Além da filha e do sobrinho, outros quatro membros da família do prefeito Diringa ocupam cargos de destaque na administração municipal, incluindo a chefia de gabinete e as secretarias da Mulher, Meio Ambiente e Educação. A situação no único cemitério da cidade, o Cemitério da Igualdade, é precária, com o local apresentando condições inadequadas de funcionamento.
Apesar das tentativas, a coluna não conseguiu contato com representantes da Prefeitura de Tutóia para comentar o caso. O espaço permanece aberto para manifestações.
