O desdobramento da operação Engrenagem indica ligações de recursos financeiros e que podem ter sido encaminhados para contas vinculadas ao irmão do deputado Josimar do Maranhãozinho, aliados políticos e até mesmo para custear a educação dos filhos do deputado. A informação, foi divulgada pela Folha de São Paulo nesta quarta-feira (24), sobre o uso dos recursos públicos.
O foco da investigação mira possíveis irregularidades em um convênio do Ministério da Agricultura destinado à “adequação de estradas vicinais” em Zé Doca, município administrado pela irmã do parlamentar.
O contrato em questão, estimado em R$ 1,8 milhão, foi firmado com a empresa PRL Pereira ME, que, segundo a PF, esteve envolvida em transações suspeitas com indivíduos e entidades associadas ao deputado. O relatório também menciona o direcionamento de outros R$ 15 milhões para cidades do Maranhão em 2020, provenientes do Ministério da Saúde e supostamente direcionados por Maranhãozinho.
A defesa do deputado, Dr. José Eduardo Cardozo, assegura que todas as transações foram devidamente declaradas à Receita Federal. Entretanto, a Polícia Federal sustenta a existência de uma rede de empresas suspeitas de serem de fachada, possivelmente utilizadas para desvios em diversos contratos financiados por emendas parlamentares do dep. Josimar.
O relatório da operação aguarda manifestação da Procuradoria-Geral da República (PGR) desde dezembro de 2023. Cabe à PGR decidir se irá apresentar denúncias, requerer novas medidas ou arquivar o inquérito.
Vale lembrar que o velho conhecido da PF em 2021, na operação Descalabro, foi flagrado em seu escritório político na posse de grandes quantidades de dinheiro.